15 de fev. de 2012

Open Mind.

- Ah seu curso é fácil.
- Tirar nota máxima é obrigatório no seu curso.
- Publicidade é curso pra pessoa que não sabe o que quer da vida.
- Você vai morrer de fome.

Essas são apenas algumas coisas que costumo ouvir constantemente diretamente para mim ou para os meus amigos de curso. Como se já não bastasse ser pedante e julgar ainda apresentam argumentos como se já tivessem o diploma de comunicação social na parede. Estes normalmente são aqueles que julgam grosseiramente generalizando os fatos. São os que definem publicidade e propaganda em: "faz uns logos legais, uns vídeos e promove as marcas", e pensam que nós chegamos no primeiro dia e estudamos photoshop, corel draw, premiere e que mandamos ver nas aulas práticas, não tem nem sombra de ideia que talvez estudamos várias coisas relacionadas diretamente à comunicação, que acrescentamos a nossa bagagem cultural com aulas artísticas, que desenvolvemos senso crítico e olhar estético mais apurado... Porque né? Julgar é bem mais fácil, mais rápido e mais eficaz na parte de tentar se sobressair com aquilo que faz. Eu fico pensando qual o propósito disso, será que são convictos que com isso as pessoas vão parar de fazer faculdade ou mudar de curso? Têm é que parar para pensar em suas vidas, e resolvê-las, porque os bem resolvidos da histórias não são vocês.
Estes também não durariam duas aulas de Teorias da Comunicação porque são mente fechada de mais para saber sair do seus ideias e beber em outras fontes. Na terceira aula de Linguagem e Expressão em Arte sairiam da sala reclamando o quão tediosa é a aula, o quão desnecessário é estudar pinturas, movimentos culturais e a arte em si, não se permitiriam abrir-se e acumular bagagem cultural. Mas acima de tudo, estas são pessoas que não estão satisfeitas com seu curso, ou tem o ego inflado de mais pensando que sua profissão será de maior ajuda ao mundo do que a outra. Acham que dinheiro é sinônimo de realização profissional e são as mesmas que ostentam objetos e marcas como forma de elevação de status. Pois bem, prefiro viver uma vida nos limites da conformidade do que fazer algo mecânico e calculado, prefiro milhões de vezes ir para uma agência fazer o que vocês acham que os profissionais do campo fazem do que ser mais um tijolo na parede, mais um apertando parafuso, porque no fim das contas eu vou ser aquele que vai responder "adoro minha profissão e me sinto realizado" quando alguém perguntar sobre, vou deitar na cama com lembranças dos projetos que realizei e do trajeto em grupo que aconteceu, relembrar histórias e momentos de uma fase da minha vida que é marcada por realização interior.

Desabafo - Lucas Guarniéri

2 comentários:

  1. Se existissem mais comunicadores por ai, muitas questões sociais seriam mais facilmente resolvidas. Não é desmerecendo os médicos, engenheiros ou qualquer outra profissão. A questão é que temos uma sensibilidade diferenciada.

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  2. Tem que haver gente para ser a maioria, não se esqueça disso.
    Novelas têm que ser assistidas, Paulo Coelho tem que vender.
    Tem que haver gente para ouvir o Michel Teló.

    Se não, não existiriam as minorias. Nós somos a minoria.

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